O Diálogo e a Vivência Garantem O Aprendizado

professora beatriz cervellini na palestra

É normal ter medo do desconhecido e não saber lidar com situações as quais temos certeza de que nos sairemos muito bem. Para dar aula à pessoas com deficiência, não é diferente. Os professores muitas vezes têm dificuldade em ensinar um aluno cego ou com baixa visão, além de parecer  estranho conviver com eles no dia a dia.

 

A musicista e professora Beatriz Cervellini, quando entrou no projeto Ver Com As Mãos há três anos, tinha as mesmas dificuldades. Não entendia como um cego assistia um filme, como ela ensinaria uma turma de alunos com deficiência visual e tinha medo até de cumprimentá-los, mesmo se interessando pelo assunto desde o início da faculdade e buscando se especializar para dar aulas inclusivas.

 

“eu lembro que ela [Diele] foi falando comigo no corredor, falando que era pra gente ter um pouco de paciência porque os alunos tavam vendo desenho, aí na minha cabeça veio ‘tá, eles tão vendo desenho; não sei, vamo ver como que é isso’. Daí no caminho um aluno cego passou, e eu ‘ai meu Deus, o que eu falo?’, fiquei quieta, a Diele dando oi e eu passei quietinha”, disse Beatriz em sua palestra no Guido Viaro.

 

Mesmo com toda formação, ela não sabia lidar com esses alunos. Só a vivência fez com que ela entendesse como as coisas funcionavam e que não era tão difícil quanto parecia: “eu comecei a refletir sobre aquele primeiro contato que eu tive com os alunos. Eu percebi que eu precisava muito investigar o que era, onde eu tava sendo inserida, que não era um lugar aonde eu ia fazer qualquer coisa e ir embora. A Diele desde o primeiro momento passou essa seriedade do como você vai tratar, como você vai ensinar os alunos”.

alunos da professora bia se apresentando no musical

No dia do seminário, os alunos da professora Bia apresentaram um musical dirigido por ela e com a colaboração deles na criação da história e composição das músicas. Beatriz aprendeu técnicas de ensino, as demandas que exige cada deficiência visual (é diferente ensinar um cego e um baixa visão), e hoje já sabe como trabalhar e conviver com essas pessoas.

 

Essa história serve não só para professores, mas também para todo profissional. É claro que a formação ajuda, mas o estudo independente e, acima de tudo, a vivência dá conhecimento e preparo ao exercício de qualquer profissão. No caso de professores, o diálogo com os estudantes e a adaptação para que todos (e não só alunos com deficiência) possam aprender é imprescindível.

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