‘Temos Direito A Tudo Que Todos Têm Direito’

palestra dos alunos do projeto Ver Com As Mãos, todos no palco

Durante o seminário “Encontro Para Todos: O Poder Transformador Da Arte”, falou-se sobre como o acesso ao conteúdo artístico, seja na escola ou nos espaços culturais, dá voz  às pessoas. No caso do empoderamento de pessoas com deficiência, não é diferente. Por isso, nada melhor que dar espaço para elas contarem suas experiências de como a arte mudou suas vidas.

 

Mediada pelo sociólogo e consultor em áudio-descrição  Manoel Negraes, a palestra contou com a presença de alunos do Projeto Ver Com As Mãos, que falaram a respeito da transformação da arte na escola, no acesso à cultura, espírito crítico e, claro, participação na sociedade.

 

Gabrielli Vieira, uma das palestrantes, contou como foi seu primeiro contato com arte e o entendimento de que ela poderia consumir cultura: “quando eu entrei no projeto, eu já fiz uma viagem pra São Paulo. Era a primeira vez que eu fazia uma viagem juntamente com um grupo. Eu dificilmente tinha contato com obra, com esculturas, eu ia em alguns museus, pelo colégio, mas eu não tinha muito acesso às obras. Muitas vezes eu não tinha nem sequer uma descrição de obras de artes visuais”.

 

“quando eu fui pra essa viagem e tive um contato maior com essas obras, onde eu pude tocar ou ter a descrição delas quando não era possível o contato físico, eu passei a observar as possibilidades que eu tinha, porque muitas vezes eu era limitada de pensar que eu poderia estar nos espaços culturais. Depois que eu entrei no projeto, eu passei a pensar que eu teria sim que estar nos espaços, porque as pessoas teriam que ver que ela [uma pessoa cega] pode assistir um filme no cinema, ver um espetáculo, um musical”.

Gabrielli entre os alunos do projeto Ver Com As Mãos em cima de uma escultura no parque Ibirapuera

A estudante de pedagogia Heveline Magalhães falou mais sobre o processo das pessoas com deficiência exigirem maior acessibilidade e participação nos espaços: “conforme as discussões foram acontecendo [dentro do projeto Ver Com As Mãos], o grupo começou a refletir sobre o nosso papel nisso: A Diele ir no museu falar tem impacto; mas quando nós vamos lá e falamos que nós queremos ter acesso, o impacto é maior.”

 

“A semente que foi plantada no projeto eu vejo que foi o mais importante, ver que nós temos direito a tudo que todos têm direito. Foi muito impactante ver que todos os meus amigos e eu temos voz, temos argumentos, temos propriedade pra falar do que precisamos.”

 

            Nos próximos dias, publicaremos tudo o que de mais importante aconteceu no seminário “Encontro Para Todos: O poder Transformador Da Arte”. Serão abordadas as vivências dos alunos do projeto, a questão da áudio-descrição, as impressões do público sobre o evento e muito mais.

 

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